terça-feira, setembro 11, 2007

O ano até agora

Primeiro os que eu só aguentei ouvir uma vez ou nem cheguei no fim:


Air - Pocket Symphony
Cadê a bateria? Odeio quando uma banda faz um disco do caralho e depois perde a mão. A única música que presta é Mer Du Japon.


Antibalas - Security
Ouvi Beaten Metal no All Songs Considered e achei que o disco todo era cacete. Na verdade é bem mais cu na mão. Bando de home frouxo.


Menomena - Friend and Foe
Mais elogiado que vestido de noiva, eu achei que valia a pena ouvir. E também é interessante o jeito que fizeram, gravando um monte de coisas e depois sampleando. Mas eu achei o resultado uma porcaria. Chato e afetado.


NIN - Year Zero
Eu sempre dou um jeito de prestigiar o bom e velho TR. Mas dessa vez não deu. Ele inventou de colocar significado no hard-rock-produzido-com-os-pedais-mais-vintage-do-mundo que anda fazendo e ficou repetitivo e ficou repetitivo e ficou repetitivo e ficou repetitivo e ficou repetitivo e ficou repetitivo. Eu disse que ficou repetitivo? Não sei como o disco termina.


The Polyphonic Spree - The Fragile Army
Péssimo. A bateria e as guitarras tão altas pra caramba e o disco soa como um disco do Skank. Que decepção. Ia queimar meu robe, mas ouvi um show deles e achei fuderosa a versão que fizeram de Lithium. Tim DeLaughter tem mais uma chance comigo. Mas só uma.


Peter Bjorn and John - Writer's Block
A capa do disco é ótima. O clipe de Young Folks faz esses otários gordinhos parecerem bem mais cool do que eles são. Mas na verdade eles não passam de otários. E gordinhos.


Discos quase bons:


Andrew Bird - Armchair Apocrypha
Eu comecei a ouvir um show desse filho da puta e pensei "quanta gente tem em cima desse palco?" Fui ver no Google e descobri: 2. O som todo estava sendo feito por ele (guitarra, vocal, violino e assobio) e o bateirista (que toca samples e synths com a mão esquerda). Quando baixei o disco me decepcionei porque o som é over-produced, overdubbed e não tem a mesma energia do que ele faz ao vivo. Take some risk, dude!


Paul McCartney - Memory Almost Full
Bem mais divertido e despretencioso que o Chaos and Creation, esse disco tinha tudo pra ficar meses no meu playlist. Infelizmente empacou em uma coisa que eu não esperava de Paul-Paul: ele é mixado como um disco de Ricky Martin. O som é saturado e feio, e eu não aguentei ouvir muito tempo. Como diria Bob, "new records... have sound all over them".


Björk - Volta
Quase bom é bondade de minha parte com minha velha amiga. Ao contrário do que os press releases diziam (e eu acreditei), o novo disco não tem nada de tribal. Só a Earth Intruders. Umas conversas chatas consigo mesma, sei não... (A hora em que meu ovo explode é quando Antony repete "but the intentions were pure... b u t t h e i n t e n t i o n s w e r e p u u u " TEBEI!) Tem muito dejavu de coisas que ela já fez, a gente escuta Innocence e passa 2 dias cantarolando Alarm Call. Pelo que eu vi de playlists, pelo fim da tournee ela só estava tocando as 2 músicas citadas acima e mais Declare Independence (boa mas sem nada demais) e Wanderlust do disco novo, e o resto do set era de músicas antigas. Será que ela se arrependeu dessa merda que fez?


Feist - The Reminder
De vez em quando aparece uma nova diva alternativa no Canadá. E ela sempre deixa a bola cair. O resto do disco não segura a onda das boas I Feel It All, 1234 e My Moon, My Man (que eu acho que é sobre a bunda de um amante bem branco e bem gordo). Um bom Ep. Sim: uma das melhores capas até agora!


The White Stripes - Icky Thump
Como eu não gosto de blues, pra mim é difícil gostar de um disco dos White Stripes de cabo a rabo. Iggy Pop dia desses salientou que é fã de Jack, mas não entende por que ele produz tanto os discos. Porque ao vivo eles são imbatíveis. Então eu gosto mais de White Stripes ao vivo, ou acompanhados de imagens de Michel Gondry.


Patrick Wolf - The Magic Position
A música do título fica na cabeça e só sai através de intervenção cirúrgica. Tem mais algumas músicas do caralho, mas tem uma hora que fica rebuscado demais e dá vontade de dar na cara dele. Só não fui lá dar porque podia ser que ele curtisse. MELHOR CAPA DO ANO ATÉ AGORA.

Discos bons:


John Vanderslice - Emerald City
Não conhecia e achei muito bom! De vez em quando tem umas baterias com cara de software, mas passa.


Of Montreal - Hissing Fauna, Are You The Destroyer?
Um som bom como esse só pode ter saído da terra dos B-52s e R.E.M.s. Só não precisa despejar 12 minutos de The Past Is A Grotesque Animal no meu ouvido. Nem tirar a roupa.


Wilco - Sky Blue Sky
Podem cansar de dizer que o YHF é melhor, eu não ligo. Este disco é muito bom. E que capa maravilhosa, hein?

Os melhores:


The Go! Team - Proof Of Youth
Sim! É o Go! Team! Precisa de mais o quê? Difícil trabalhar batendo a cabeça!


Thurston Moore - Trees Outside The Academy
A produção desse disco tem aquele jeitão de ter sido feita em computador, coisa que nunca teve em disco nenhum do Sonic Youth. E o violino foi obviamente gravado por cima da base. Também é questionável a contribuição de J Mascis com seus solos rasga-cueca. Mas depois de um tempo meu ouvido acostumou e puta que pariu - é Thurston, cala a boca e presta atenção!


Battles - Mirrored
Um bateirista e três guitarristas com notebooks. Fora ser a coisa mais original, com a performance mais monstruosa e com as melhores idéias a aparecer este ano, esses porras ainda são gente fina pra caralho! Eu queria ser amigo dessa turma de nerds! Dizem que o estilo é math rock, mas eu não acho certo. Matemática é chata. Lógica, por outro lado, é interessante e pode ser divertida também.


Black Francis - Bluefinger
O mestre de volta à sua melhor forma depois que conseguiu escapar de Nashville. Pediram pra ele gravar uma música inédita no ano passado, pra encher linguiça de uma compilação de trabalhos solo - ele juntou um baixista, um bateirista e a esposa em um estúdio por 3 dias, entrou carregando toda a raiva acumulada e um punhado de músicas que seriam o disco que o Pixies nunca vai gravar. Saiu de lá com 11 músicas, que pulam da caixa de som querendo correr. Não gostei de ter outro guitarrista tocando nos shows desse disco, no estúdio o próprio gravou todas as guitarras, lembrando que guitarra "base" não precisa ser certinha, nem no tom, e nem precisa tocar a mesma base o tempo todo. Em Captain Pasty os acordes mudam toda vez que chega no refrão, em Black Rubber a estrutura dos riffs parece que foi feita na hora. De lambuja o homem ainda toca gaita em algumas músicas, fazendo as melhores gaitas desde Bob Dylan. O melhor disco até agora. E a pior capa.