segunda-feira, outubro 23, 2006

Baby Lemonade by Yellow Threat



Durante quuanto tempo ainda vão vir à tona as gravações desse show?

sexta-feira, outubro 13, 2006

Uso instrumental da persistência da memória

Antigamente (não tão antigamente - tipo quando eu era criança) acreditava-se que a lembrança funcionava através do acesso do registro original de algo na memória.

Eu me lembro nitidamente de professores dizendo em sala de aula que, a cada passo que a gente dava, estávamos inconscientemente reproduzindo a experiência do primeiro passo que demos na vida. O que é uma grande mentira. Computadores fazem isso quando criam novos objetos de uma mesma classe, não nós.

Quando lembramos, omitimos sempre algo do registro original, que é substituído, pela imagem mais nova.

É por isso que, quando contamos uma história de algo que aconteceu na nossa vida repetidas vezes, a lembrança deste evento vai ficando lavada e limitada aos traços que usamos para descrevê-lo. Em contrapartida, quando uma lembrança é bloqueada por um trauma (dentre outras razões), emerge com riqueza de detalhes aterrorizante, não importa quantos anos depois - aquele registro foi poupado da erosão causada pelo uso.

Por isso, se você passar por uma experiência pela qual preferia não ter passado, como por exemplo um pesadelo cujas imagens podem ficar no seu subconsciente e te atormentar por muito tempo, não tenha medo. Olhe para a luz para limpar a retina, relate para alguém, o mais rápido possível, como foi o pesadelo, e, mais importante que tudo, não tenha medo de pensar sobre o assunto e destrinchar as origens do sonho. Think it over. Você vai acabar descobrindo que foi tudo culpa daquela cena mais pesada do filme que você assistiu, ou alguma coisa que você comeu.

Se você não tiver medo de ter medo, nada vai te fazer mal. (responda: tem razão, He-man.)

E se tudo o mais falhar, pode me acordar e pedir um abraço, eu sempre estou do teu lado, meu amor.